
Title | : | Noites do Sertão |
Author | : | |
Rating | : | |
ISBN | : | - |
ISBN-10 | : | 9788520911792 |
Language | : | Portuguese |
Format Type | : | Paperback |
Number of Pages | : | 260 |
Publication | : | First published January 1, 1956 |
Noites do Sertão Reviews
-
Noites do Sertão foi publicado pela primeira vez no livro Corpo de Baile, mais tarde dividido em três volumes, sendo Noites do Sertão o último deles. Composto por duas novelas: Dão- Lalalão e Buriti, abordam o erotismo do ponto de vista feminino. E Guimarães Rosa faz esta abordagem de forma muito clara, criou mulheres muito autênticas que assumem o desejo sem inibições. São também as novelas mais extensas que Guimarães escreveu antes de Grande Sertão Veredas.
Além da temática dominante nas duas novelas, Rosa volta (sempre) aos temas que assinalam toda a sua obra: um universo rural e primitivo onde a Natureza domina o homem e este a sabe respeitar; a crença ancestral de que o Bem só pode vir de Deus e o Mal do Diabo; os quesitos intrínsecos ao ser humano e que aqui se desfazem em sentenças de vida ou morte.
E a linguagem, a linguagem incomparável e desafiante de Guimarães Rosa.
Se depois de dois ou três anos a ler os contos já me sentia corajosa o suficiente para enfrentar o Grande Sertão, após estas novelas derrapei redondamente. Não é só a linguagem, é toda uma teia emaranhada que o autor teceu habilidosamente e onde eu, miseravelmente, me enleei toda.
O Sertão terá que aguardar. -
Ambas as estórias tem como fundo os temas de amor, sensualidade/sexualidade, vida-morte..
Lão-Dalalão, embora belo, me incomodou com o racismo do personagem principal: Soropita.
E Buriti..sem palavras para Buriti. O personagem principal dessa estória acaba sendo a árvore. Ela está ali: presente, eterna, irremediável. A experiência é quase sensorial, a descrição de cada pedacinho do fazenda.. sua fauna e flora, seu clima e moradores..eu que nunca fui pra Minas Gerais, pro sertão..para Goiás..fiquei com a vontade louca de partir pra lá!! Nesse ponto, a participação do chefe zequiel é primordial. No mais, gostei muito de como foi representado as personagens femininas, por vezes acho que Lalinha poderia ter sido uma personagem da própria Lygia Fagundes Telles hehe.
Por fim, e a muito custo, consigo aos poucos entender esse baile todo que são os três livros com suas sete estórias que formam o ‘corpo de baile’. Com a chave na mão, aos poucos vou achando cada fechadura. Releitura necessária. -
não me conectei muito com a primeira novela, apesar de o frio na barriga de ler João Rosa começar na primeira linha. mas a segunda novela... ah! os personagens são tão poéticos quanto em GS:V e a vontade de reler tudin e conhecer mais de Guimarães vem forte
-
Melhor livro que li nos últimos, sei lá, três anos.
E pode ser uma frescura minha, mas é bom fazer um adendo aqui ao horror que a reforma ortográfica acaba causando em relação a obras primas como esta. A nova edição da Nova Fronteira adaptou os livros à reforma e algumas palavras como "tôo" (onomatopeia - olha aí de novo - de algum pássaro, não lembro direito) viram "too", por exemplo. Pode ser purismo meu mas isso quebrou a beleza e a fluidez do texto algumas boas vezes, principalmente pelo vício de olhar uma palavra dessas e acabar associando "oo" à pronúncia que isso teria no inglês. Apesar de que algumas palavras mais antigas foram mantidas com o acento, mesmo depois de terem caído há muitos anos ("pessôa", por exemplo). Vai entender. -
O livro conta com dois excelentes poemas/romances (como aparecem nos dois sumários): "Dão-Lalalão", com seus dois títulos, e "Buriti". São, talvez, os escritos mais eróticos do escritor, pelo menos aparentemente e até o momento, sendo que ainda não li nem Estas Estórias" nem "Tutameia" completamente.
Achei incrível a forma de narrar, totalmente flexível e ajustável em relação aos momentos em questão. Sobre o livro ("Corpo de Baile") inteiro: Fecha muito bem a trilogia (que já foi publicado em dois livros e ainda antes em um só). Só que fecha daquela forma rosiana, ou seja, não fecha, de fato. Não no sentido de "dar fim", mas sim de tornar possível o retorno. Daria certo colocar, ao final, um símbolo do infinito; como em seus outros livros também seria possível. Porém, há uma frase, quase que finalizando o livro que serve, de certa forma, como um símbolo do infinito: "A vida não tem passado, toda hora o barro se refaz.".
Também, uma outra observação em relação à montagem do livro inteiro, assim como em "Primeiras Estórias", o personagem do primeiro texto aparece também no último, e em ambos os livros é destacado o conflito "civilização" x "sertão", apesar de não serem os focos principais.
Para finalizar: amei o livro, como amo qualquer coisa que leio do Rosa. Fiquei encantado, mais uma vez, com o sertão que mostra a infinidade das coisas e a importância do presente, nos dois sentidos da palavra. -
o último vol. de corpo de baile.
curti dão-lalalão. me deixou tenso esperando o pior.
buriti eu senti que foi bem machado de assis. e feminista tbm. curti o retorno do querido miguilim, da primeira novela. -
"Sua alma, sua calma, Soropita fluía rígido num devaneio, uniforme"
-
Musicalidade nos confins do mundo.